O uso de antissépticos alternativos vêm sendo utilizado devido à resistência microbiana aos produtos convencionais. Nesse sentido, o extrato pirolenhoso (EP) de Mimosa tenuiflora, com suas propriedades antimicrobianas, vem se mostrando um alternativo como antisséptico. Assim, objetivou-se realizar análises físico-químicas do leite de cabra no qual foi utilizado o EP como antisséptico no pós-dipping. A espécie florestal Mimosa tenuiflora (Jurema preta) foi obtida de uma mata nativa da Escola Agrícola de Jundiaí, Macaíba-RN. Para obtenção do EP, cunhas de madeira da Jurema passaram por pirólise lenta em Forno elétrico tipo Mufla equipado com um dispositivo projetado para coletar a porção condensável dos gases. O líquido obtido foi bi-destilado a vácuo sob 1,0 mmHg até 100?C, com o processo interrompido em temperaturas acima de 102°C. Após esse processo, foi diluído 20 ml do EP da planta em 80 ml de água destilada estéril, ficando na concentração de 20%. Para avaliação como antisséptico, foram utilizadas 15 cabras de um produtor da zona rural de Mossoró divididos em três tratamentos, ou seja, 5 animais para cada tratamento. (Ceua 06/2019), O primeiro tratamento com EP de M. tenuiflora a 20%, o segundo como controle positivo com Iodo a 2% e o terceiro como controle negativo com água destilada estéril. Os tratamentos eram aplicados nos tetos durante 28 dias consecutivos, com coleta a cada 7 dias, totalizando 4 coletas. As soluções antissépticas foram aplicadas por 10 minutos, passado o tempo, os debris celulares coletados com o auxílio de suabes, eram levados para o Laboratório de Microbiologia Veterinária dando início a realização da técnica de Contagem Padrão em Placas. As analises foram verificadas através do teste de médias (ANOVA), seguido do teste de Tukey com probabilidade (p < 0.05) utilizando o software Sisvar versão 5.6. Os resultados foram expressos em médias de unidades formadoras de colônias (Log10 UFC/cm²). Através dos resultados das médias pode-se observar uma redução na contagem microbiana, quando utilizado EP de M. tenuiflora (1,87 Log10 UFC/cm²) e Iodo a 2% (0,29 Log10 UFC/cm²) em relação ao controle negativo com água destilada estéril (3,31 Log10 UFC/cm²). Por conseguinte, as amostras do leite foram identificadas e encaminhadas para o Laboratório de Tecnologia de Produtos de Origem Animal para análises físico-químicas. O leite foi mantido a 8oC até a realização da análise através do equipamento Ekomilk total. Foram obtidos os seguintes resultados médios, respectivamente para PA de M. tenuiflora, Iodo a 2% e água destilada: Gordura - 3,79, 3,87, 3,59; Sólidos não gordurosos - 7,12, 6,85, 7,04; Proteína - 2,93;2,83;2,89; ponto de congelamento - -0,265; -0,115; -0,114; lactose 3,67, 3,52, 3,63; condutividade - 6,04, 6,25, pH 5,48, 5,48,5,48. Por tanto, o EP não mostrou diferença significativa quando comparado com o controle positivo e negativo sobre os parâmetros físico-químicos. Nesse sentido pode--se concluir que o uso do EP de M. tenuiflora a 20% no pós-dipping foi viável como um antisséptico alternativo que não interferiu nos índices físico-químicos do produto testado.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas